segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Sobre semeadores ultrapassados...
domingo, 2 de janeiro de 2011
"Quem ensina aprende duas vezes."
- Aline: com ela, aprendi que a postura sempre diferente da média traz resultados certos e duradouros, mas que é preciso muita determinação para assumi-la como postura pessoal com coerência.
- Bianca: que a fórmula constituída por interesse + busca constante + não-desistência + reconhecimento expresso vão sempre trazer ótimas consequências e fazer todos a sua volta mais felizes por poderem conviver com ela.
- Bonnye: que não desistir diante dos reveses é o combustível para a superação de si mesmo, a mais difícil das tarefas.
- Bruna: que o entrosamento facilitado pela postura aberta nos faz cada vez mais admirados por mais pessoas sem termos que "vender" nenhuma de nossas convicções, que fazem de nós quem somos em essência.
- Bruno: que a busca por resultados de excelência podem nos custar alguns momentos de angústia, mas que, ao mesmo tempo, nos faz mais abertos aos conselhos dos mais experientes - deixa rolar que você sabe o que faz. Ninguém nasce pronto.
- Christianne: que, apesar de penoso, o caminho do autoconhecimento deve passar pelo capítulo da aceitação de que, por vezes, precisamos mudar muito do que somos para chegarmos àquilo que queremos ser; e que é possível se ter a coragem suficiente para fazer isso.
- Claudia: que somos muito mais capazes e competentes do que nossos primeiros resultados possam querer - enganosamente! - nos fazer crer que somos, e que essa força e competência maiores sempre se mostram quando precisamos delas.
- Fábio: que conjugar o desejo de vir a ser com as complexidades do que somos no dia a dia do trabalho intenso pode ofuscar - mas nunca abater, no seu caso - as verdadeiras possibilidades de mostrar o brilho próprio que temos.
- Guilherme: que o primeiro passo para nos tornarmos o que desejamos nos tornar é descobrir aquilo que ainda nos falta e jamais cansar no caminho de consegui-lo. Fazer, refazer e fazer de novo: a vida se recria, reinventa sempre para melhor.
- Juliana: que gosto e dedicação superam em muito quaisquer outras "vantagens inatas" que creiamos ter para virmos a ser qualquer coisa de importante para nós mesmos e para o mundo. Nada supera a verdadeira dedicação àquilo que se quer.
- Leda: que competência e amplidão de visão não têm idade; têm, isso sim, muito tempo de autopreparo e autoconhecimento, além de vontade de entender que tudo está interligado, que as separações são artificiais. Difícil, mas presente em você.
- Maria Angelina: que ser adolescente, amiga, estudante, comunicadora e mãe não se excluem; complicam-se, por vezes, mas não se eliminam uma à outra, deixando espaço para que floresça um ser humano mais completo e complexo.
- Mariana: que o diálogo entre muitos conhecimentos e muitas artes só enriquece o potencial que temos para exercer cada um(a) "isoladamente", se é que isso é possível. Basta se estar aberto ao desafio.
- Matheus: que transitar naturalmente entre muitos grupos com interesses diferentes, objetivos diferentes e formas de pensar diferentes é possível e enriquecedor, e sempre nos torna pessoas melhores.
- Melany: que nem sempre um ombro amigo e acolhedor aos que mais precisam de nós necessita se mostrar dessa forma, como um pássaro não precisa ter escrito nas penas que sabe cantar. Colegas atestam isso sobre você.
- Michael: que a busca incessante pela autossuperação tem um preço nem sempre fácil de enfrentar, mas que sempre vale a pena ser assumida. Saímos da guerra sempre com mais vitórias do que derrotas.
- Otaviano: que os diferentes determinantes de uma vida complexa de aluno, trabalhador, colega e pai não impedem que consigamos realizar cada um desses papéis suficientemente bem. O que não podemos fazer é desistir de nenhum deles.
- Raul: que há lições que só conseguimos aprender quando o caminho deixa de ser suave diante de nós. São lições necessárias e amargas, mas que só nos vencem quando deixamos que o façam. Força!
- Renata: que força, determinação, talento e doçura conseguem, sim, encontrar um mix adequado sem que qualquer outra faceta de nós sofra ofuscamento. São, na verdade, a receita de quem vai dar certo no que quer que decida fazer de sua vida.
- Sâmara: que o ato de "testar a água" após o mergulho mais fundo é a atitude mais arriscada e mais necessária ao sucesso. Não nos tornamos vencedores pisando sempre o raso, e essa vontade de vencer sempre faz desabrochar imensos talentos.
- Thiago: que descobrir, dia após dia, mais e mais possibilidades e interesses pode, por vezes, nos confundir em relação ao que queremos mesmo desenvolver; mas fica a pergunta: por que não experimentar de tudo, não é? Muitos gostos nos fazem gourmets da existência.
- Viviane: que a seriedade necessária a qualquer formação jamais se opõe à alegria possível de curtir a vida em plenitude. O importante é saber dar o momento certo a cada coisa: tudo tem sua hora e lugar, este é o princípio de saber viver.
Obrigado por todas essas e tantas outras lições, gente. Jamais quero perder a oportunidade de dizer que sou amigo de tanta gente importante. Que 2011 possa ser muito mais do que vocês sempre desejaram.
Abraços, sempre,
Prof. Marcus Vinicius (Marcão)
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Nada ainda?
O Power Point é o novo quadro de giz, e só. Quase nenhuma sala de aula com projetores e conexão à Internet libera acesso total para que o professor e os alunos abram quaisquer tipos de sites para explorar as diversas possibilidades de acesso e tratamento da informação - salvo raríssimas exceções que tenho descoberto recentemente. Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) viram repositórios de documentos, e só. Sites como Youtube e serviços como Facebook também não vão muito além, na compreensão escolar média, de entretenimento.
Por outro lado, também temos grupos que acreditam num poder tão oculto e metafísico das tecnologias que criam inclusive terminologias para um porvir que nem se aproxima do horizonte das possibilidades brasileiras (e, para este fim, nem mesmo da maioria dos países desenvolvidos): metaverso, ensino construtivo total (isso mesmo, sem nem mesmo currículo mínimo, com os assuntos se encadeando ao sabor do desejo), home schooling para qualquer nível educacional...
Em tosca comparação, o primeiro dos lados ignora a invenção do filme e ainda se encanta pela fotografia colorida (a mesma foto, retocada manualmente como nas antiquíssimas revistas). O outro, se for exposto a uma recriação da "Invasão dos Marcianos" bem feitinha, terá infartos em suas poltronas antes de descobrir a montagem.
Em Educação nada é tão rápido, mas não precisa ser tão devagar, também. O mais importante, superando muito o fator velocidade da mudança, é o fator direção: o segredo está no uso racional das potencialidades tecnológicas, respeitando o papel social que cada uma já representa - pois este papel reflete a ideologia social sobre elas e, sabemos, a forma de relacionamento que estabelecem com um conhecimento muito mais acessível, ainda que diluído. O segredo, gente, é MÉTODO!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
O professor e o carcereiro
- ver uma mesa de professor ser atirada pela janela do segundo piso na direção da quadra, que por pouco não atingiu as crianças de quarta série com as quais trabalhava. O autor da barbárie foi identificado; para variar, um daqueles adolescentes de 14 ou 15 anos que frequentam a quinta série da tarde, entre crianças de 10 e 11 (minoria que está acompanhando a série). O que a escola pôde fazer? Advertir e mais nada.
- ajudar a procurar bombas de fabricação caseira postas pela manhã nos banheiros da escola - duas explodiram, causando estragos e por pouco não ferindo ninguém. Encontraram o autor do feito, que com ele tinha ainda mais oito para "plantar" onde quisesse. O que a escola pôde fazer? Chamar os pais, advertir e mais nada.
- Surpreender em pleno horário de aulas dois adolescentes consumindo drogas no banheiro masculino - outros dois, diferentes daquele primeiro, mas também cursando série inadequada à sua idade. Aproveitando que não foi visto por eles, comunicou imediatamente a coordenação, que fez o "flagrante". O que a escola optou por fazer? Advertir e mais nada; o argumento era de que seria preciso chamar a patrulha escolar, que faria o B.O. na delegacia do adolescente e os encaminharia para casa!!! E, claro, algo assim descontentaria os traficantes que abastecem a escola, pondo todos em risco...
- Ter uma bola de futebol atirada do terceiro piso da escola contra sua cabeça enquanto lecionava na quadra. Quem o fez, não teve sequer o cuidado de se esconder depois de atirá-la, ficando na janela rindo de sua "mira" infalível. Trazida para a direção, a doce criatura dizia: "você não sabe com quem tá mexendo, professor. Eu te pego lá fora, te arrebento, você vai morrer!" Diante da ameaça, o professor reage dizendo que vai sair da escola e ir diretamente ao distrito policial registrá-la em B.O. A resposta do aluno? "Quer que eu anote aqui meu nome e endereço pra facilitar? Você não sabe quem eu sou..." Depois a coordenadora disse ao professor, em particular, quem ele era: o adolescente responsável pelo tráfico na escola no período da tarde, com "n" passagens pela delegacia do adolescente. Uma figura que agride fisicamente sua mãe toda semana, deixando-a com hematomas, e cuja transferência para o turno da noite não poderia ser feita sem a permissão daquela mãe que não contrariava o filho em nada... e o filho não quer abandonar seu horário de "negócios". Adivinha em que a coisa toda deu? Advertência e... mais nada.
- Descobrir que a vaga que ele pôde escolher foi em substituição a um outro professor licenciado há dois anos para tratamento de problemas cardíacos e nervosos adquiridos em anos de trabalho naquela escola e em outras escolas problemáticas da rede... e que este mesmo professor já substituíra outro, também cardíaco.
- Ver a professora também recém-concursada para lecionar Filosofia chegar à sala dos professores na sexta-feira da primeira semana de aulas (!) informando que acabara de pedir exoneração do cargo, porque suportar o que teve que suportar naquela semana, com turmas do turno diurno (historicamente menos problemáticas ainda do que as do noturno!) para ganhar R$600,00 por mês não era nem razoável. Nem o dobro disso seria razoável.
Pois é... todos nós sabemos as principais consequências daquela aberração chamada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - veja como a sigla já diz muito!) para o trabalho na Educação. E, dentro da Educação, especialmente no âmbito daquelas escolas públicas que não conseguem - e nem podem, e nem querem! - ter mecanismos ao menos razoáveis de manutenção da civilidade mínima em suas atividades.
Os alunos fazem o que querem, quando querem, e somente aqueles cujos pais ainda carregam consigo um mínimo de autoridade e dignidade próprias conseguem ter lições de verdadeira cidadania além de conteúdos escolares.
A escola não é a família! À escola não pode caber qualquer papel fundamental da família, como preparar os rebentos para a convivência social mínima. A paz social só é possível pela sinergia de governo, escola e família, cada um com seu papel. Se o governo não faz o seu (aliás, faz ECA!) e as famílias dos delinquentes estão impotentes diante dos "monstros" que ajudaram a criar, que não se espere do professor o poder divino de redenção do indivíduo.
O discurso vazio e mentiroso da escola como instituição todo-poderosa de reversão dos quadros sociais - e como ainda tem muita gente, inocente ou mal-intencionada, repetindo esse jargão - já deu o que tinha que dar. O estado tem que dar condições materiais, de segurança e morais para o trabalho educacional; a família tem que ser chamada à participação na escola e responsabilizada direta e, se preciso, severamente pelas atitudes malogradas de seus filhos; a escola precisa ser um espaço aberto à comunidade e gerida em parceria com ela no sentido de sua melhor manutenção e para se tornar efetivamente um lugar de mudança social.
Do jeito que está, como um lugar em que as depredações e pichações são vistas (e estudadas!!!) como "manifestações culturais válidas"; um lugar em que o aluno só tem a obrigação de não faltar, pois reprovar não vai; um depósito em que muitas famílias se livram temporariamente de seus maiores pesadelos; um lugar gerido por profissionais de mãos atadas e inseguros para garantir o ambiente mínimo para seu trabalho ser frutífero, não dá...
Mas enquanto o discurso oficial for o mesmo, de que tudo está bem - precisando melhorar, mas bem! -, e de que a competência pedagógica e administrativa de quem está ligado à escola é suficiente para promover educação pública, gratuita e de qualidade, então não há mesmo o que fazer.
Aliás, há: unificar o concurso para o magistério com o concurso para seleção de agentes carcerários. Afinal, ambas as funções, em muitas escolas, apresentam mais semelhanças do que diferenças.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Tronco comum, sem mistério...
Vem-me à mente a conversa corriqueira, por exemplo, da "morte" das licenciaturas; as mesmas IES que mais apregoam essa realidade triste são as que insistem em tratar seus "n" cursos de licenciatura "moribundos" como se fossem absolutamente diferentes uns dos outros. Há um professor e uma ementa diferentes para Psicologia da Educação, História da Educação, Filosofia da Educação, Biologia da Educação, Sociologia da Educação... ... ... para cada turma de licenciatura. Em cada uma, trabalha-se como se quase nada houvesse em comum entre o que a ela se ensina e o que às outras se deve ensinar. Meu amigo, você consegue imaginar o pinheiro com galhos desde o chão, parecendo uma planta amorfa, indiferenciada? É assim que vejo essas IES, cheias de salas de licenciaturas quase vazias.
Esquece-se que licenciaturas formam professores (e não matemáticos, literatos, biólogos, historiadores, filósofos, sociólogos...) e, em o esquecendo, perde-se a chance mais valiosa de construir a identidade do discurso partilhado da profissão para os egressos de uma determinada IES. Perde-se a melhor oportunidade que o tronco comum pode ofertar.
Sim, há especificidades nas diversas disciplinas, como, dentro da Psicologia da Educação, a psicomotricidade para a Educação Física e a aquisição da linguagem para as Letras, mas são especificidades que merecem trabalho separado, dedicado, em disciplinas específicas - são ramos, folhas e frutos, não tronco. Há um discurso comum, de tópicos psicológicos comuns a todos os alunos cujas faixas etárias correspondem àquelas com quem os licenciados vão trabalhar - um discurso comum necessário e que perde espaço para especificidades (ramos, folhas e frutos) querendo nascer logo após a raiz. Nisso, IES perdem muito mais do que a já imensamente importante possibilidade de desenvolverem uma personalidade própria reconhecida e diferenciada das outras, e elas sabem bem. Perdem, além da chance de diferenciarem-se pedagógica e curricularmente, valiosa estratégia de sobrevivência.
Sabem, porém raramente põem em prática o que é preciso e possível.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
No mediocrity, please!
- O ensino público não é necessariamente ruim...
- O ensino público de SP não é necessariamente ruim...
- A educação brasileira não é necessariamente ruim...
Eles só tomam por modelo de análise a mediocridade. Aliás, como nós gostamos de ter por parâmetro tudo que pode dar errado, tudo que funciona pela metade, tudo que é feito por quem não tem condições de fazê-lo comprometidamente. Talvez seja por isso mesmo que continuemos no patamar em que estamos: o país cujo futuro depende quase exclusivamente da Bolsa Isso, Bolsa Aquilo, Bolsa Aquilo Outro, Cota Isso, Cota Aquilo... Um medo eterno de deixar quem sabe fazer as coisas.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Abóboras, "aboboronas" e "aboborinhas" à vontade.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Ó, "psora", ó!!!
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Uma questão de perfil
Olha, num blog temos de ser muito sucintos, então vou tocar apenas naquilo que acho fundamental sobre cada uma das situações:
- a) a inclusão de disciplinas semipresenciais responde a uma tendência pedagógica muito moderna (no sentido de contemporânea), que valoriza o desenvolvimento da autonomia dos alunos. Os professores não ficam administrando softwares, mas monitorando uma construção de conhecimentos feita colaborativamente, mais horizontal. Essas disciplinas devem ser administradas com um projeto pedagógico sólido, bem acompanhadas em com finalidades que possam ser observadas por todos o tempo todo nos diversos estágios de construção. Ainda que não conheça SUA instituição, conheço a recorrência desses problemas, e sou capaz de apostar que a instituição deve estar falhando em termos de projeto e acompanhamento, especialmente no que tange à necessidade de fazer os alunos se sentirem senhores de seu aprendizado e valorizados por isso.
- b) Não é qualquer professor que tem a competência necessária à EAD. Não é porque alguém tem 30 anos de experiência pilotando jatos comerciais a 800Km/h que será a melhor opção para pilotar carros de F1 a "meros" 330Km/h. São cenários diferentes, necessidades diferentes, competências diferentes. Em suma: É OUTRO PERFIL! Selecionar e formar professores para EAD é a fase mais importante de qualquer projeto e, ainda assim, geralmente a mais negligenciada ou realizada como mera formalidade. O resultado é sempre desastroso, especialmente se a EAD for empurrada "goela abaixo" de quem não se sente bem com ela.
Em suma, na suma da suma, é isso. O projeto e a infra-estrutura são importantes, mas achar as pessoas certas para as posições certas é ainda mais importante.
Abraços!!!